Cordeiros atravessam
uma estrada, um pouco assustados com a aproximação do carro do
GoogleStreetView, em Snowdonia, País de Gales.
O mundo é vasto e em grande parte um imenso paraíso (a parte que conseguimos não estragar). Todos queremos acesso a esse mundo, mas há duas coisas que o impedem e que, no fundo, se resumem a uma: o tempo e a desigualdade. Mesmo que vivêssemos milénios, deixaríamos por visitar recantos maravilhosos deste planeta, se os quiséssemos visitar como deve ser, não apenas de passagem, mas mergulhando na sua história e nos seus mistérios, comungando da vida que eles permitam.
Para alguns, a sobrevivência não é uma questão de tempo. Senhores de todo o seu tempo, podem usá-lo como quiserem, por exemplo a conhecer o mundo. Mas a maioria, para sobreviver, tem de permanecer no mesmo local a maior parte da sua vida, quando não toda ela. Nunca poderá conhecer o que está para além do horizonte que a rodeia.
Por outro lado, o livre acesso de todos os seres humanos a todos os locais do planeta, admitindo que éramos globalmente mais ricos do que na realidade somos e que a riqueza estava suficientemente bem distribuída para que todos pudéssemos viajar pelo mundo inteiro, faria com que estragássemos tudo num ápice. Muitos sítios são frágeis e não aguentariam tamanha pressão. É o que aliás já está a acontecer um pouco por todo o mundo em algumas das mais famosas "landmarks".
Temos de admitir que a igualdade, na sua forma extrema de repartição igualitária, nunca vai acontecer. Nunca aconteceu, é quase sempre uma ilusão prometida como alcançável, mas a História mostra que a desigualdade, em lugar de diminuir, até se tem acentuado em muitos dos seus aspectos.
A estrada que se vê nesta imagem é estreita e barrada por cancelas, como que a dizer "vem, mas não tragas um veículo demasiado grande nem muita gente atrás de ti, passa devagar e não estragues o que vês".
Não é possível ver o mundo totalmente sem interagir com ele. Precisamos ao menos de falar com os habitantes dos locais por onde vamos passando e, com isso, já estamos a alterar o mundo. Alguém, de entre nós ou deles, tem de aprender uma língua estranha, para que a comunicação seja possível. Os habitantes locais vão comer e dormir a suas casas. Os visitantes também precisam de comer, dormir e, eventualmente, lavar-se — o que cria a necessidade de uma indústria hoteleira tanto mais importante quanto mais elevado o número e as exigências dos visitantes. Essa indústria vai alterar irremediavelmente o estilo de vida local. O camponês passa a barman e, à noite, o barulho das discotecas não deixa as ovelhas dormir tranquilas…
Por outro lado, o livre acesso de todos os seres humanos a todos os locais do planeta, admitindo que éramos globalmente mais ricos do que na realidade somos e que a riqueza estava suficientemente bem distribuída para que todos pudéssemos viajar pelo mundo inteiro, faria com que estragássemos tudo num ápice. Muitos sítios são frágeis e não aguentariam tamanha pressão. É o que aliás já está a acontecer um pouco por todo o mundo em algumas das mais famosas "landmarks".
Temos de admitir que a igualdade, na sua forma extrema de repartição igualitária, nunca vai acontecer. Nunca aconteceu, é quase sempre uma ilusão prometida como alcançável, mas a História mostra que a desigualdade, em lugar de diminuir, até se tem acentuado em muitos dos seus aspectos.
A estrada que se vê nesta imagem é estreita e barrada por cancelas, como que a dizer "vem, mas não tragas um veículo demasiado grande nem muita gente atrás de ti, passa devagar e não estragues o que vês".
Não é possível ver o mundo totalmente sem interagir com ele. Precisamos ao menos de falar com os habitantes dos locais por onde vamos passando e, com isso, já estamos a alterar o mundo. Alguém, de entre nós ou deles, tem de aprender uma língua estranha, para que a comunicação seja possível. Os habitantes locais vão comer e dormir a suas casas. Os visitantes também precisam de comer, dormir e, eventualmente, lavar-se — o que cria a necessidade de uma indústria hoteleira tanto mais importante quanto mais elevado o número e as exigências dos visitantes. Essa indústria vai alterar irremediavelmente o estilo de vida local. O camponês passa a barman e, à noite, o barulho das discotecas não deixa as ovelhas dormir tranquilas…
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